quinta-feira, 28 de outubro de 2010

29 de outubro - Dia Nacional do Livro



A celebração do Dia Mundial do Livro, 23 de abril, foi instituída pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em 1996. No Brasil, os segmentos do livro, da leitura e da literatura têm recebido investimentos crescentes nos últimos sete anos: em 2003, foram aplicados R$ 6,1 milhões e para 2010 estão previstos R$ 185 milhões.

Desde o final de 2007, com a instituição do Programa Mais Cultura, as ações de fomento ao livro e de incentivo ao hábito da leitura foram impulsionadas dentro do Ministério da Cultura que aplicou, em 2008, R$ 92 milhões. No período, foram implantadas mais de 1.200 bibliotecas públicas municipais e modernizadas 509 unidades.

“Hoje é um dia para festejarmos o livro e, ao mesmo tempo, pensarmos sobre os esforços que o Brasil tem feito para a democratização do acesso à leitura”, diz o diretor de Livro, Leitura e Literatura da Secretaria de Articulação Institucional do MinC, Fabiano dos Santos Piúba.

É por isso que, além de investir em bibliotecas – e transformá-las em centros dinâmicos de cultura – o MinC tem também promovido o incentivo à leitura, por meio de agentes de leitura – mais de 3,6 mil em todo o país – e a criação de Pontos de Leitura – locais onde o cidadão tem acesso direto ao livro. Parte das ações do MinC é desenvolvida em parceria com estados e municípios, que dão contrapartida financeira aos projetos.

Para este ano, estão previstas diversas iniciativas: a modernização de 200 bibliotecas pela Fundação Biblioteca Nacional e o apoio a outras 300 – em edital a ser lançado pelo MinC -, a implantação de mais de 400 Bibliotecas Públicas Municipais (BPMs) e a criação e modernização de bibliotecas de referência e bibliotecas-parque

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Frases sobre Livros e Bibliotecas



“Um país se faz com homens e livros.” (Monteiro Lobato)

“Dupla delícia - O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado.” (Mário Quintana)

“O livro é um pássaro com mais de cem asas para voar.” (Ramón Gómez de la Serna)

“A verdadeira Universidade de nossos dias é uma coleção de livros.” (Carlyle)

“Sempre que sai um livro novo, leia um velho.” (Samuel Rogers)

“Temo o homem de um livro só.” (S. Tomás de Aquino)

“A leitura é para a mente o que o exercício é para o corpo.” (Richard Steele)

“É claro que meus filhos terão computadores, mas antes terão livros.” (Bill Gates)

“Se ao lado da biblioteca houver um jardim, nada faltará.” (Cícero)

“Em uma boa biblioteca, você sente, de alguma forma misteriosa, que você está
absorvendo, através da pele, a sabedoria contida em todos aqueles livros, mesmo sem abrí-los.” (Mark Twain)

“Biblioteca e Bibliotecário … cúmplices da intelectualidade!” (Bindes Fátima)

“Um bom livro é um bálsamo…uma biblioteca é desfrutar do Paraíso por inteiro.” (Luiza Gosuen )

“Sempre imaginei o paraíso como uma grande biblioteca.” (JORGE LUIS BORGES)

“Clássico é o livro que nunca acabou de dizer o que tem para dizer.” (ITALO CALVINO)

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Tecnologia e o presente da pesquisa acadêmica


Se a idéia que você tinha de fazer pesquisa acadêmica era ficar por horas a fio numa biblioteca, cercado de pilhas de livros e outros documentos em papel, atualize-se: cada vez mais a tecnologia tem influenciado a atividade de pesquisa, contribuindo até mesmo para mudar a rotina de alguns pesquisadores.

Da criação de suportes de informação como leitores de e-books até a proliferação de repositórios de documentos e periódicos eletrônicos, os avanços tecnológicos vem contribuindo muito para facilitar (ou complicar, dependendo do ponto de vista) a busca por informação. Para os que já se acostumaram a usar bases de dados para pesquisa de artigos, por exemplo, já existe uma novidade interessante: a possibilidade de baixar artigos inteiros no celular! 

No caso, a editora IBIMA Publishing, especializada em publicações acadêmicas e que é de acesso aberto (ou seja, gratuito), criou a possibilidade de baixar documentos em formato iPhone, especificamente para serem lidos no aparelho da Apple.

Tudo indica que em breve outras editoras trarão opções semelhantes, incluindo outros modelos de celular. Assim, talvez daqui a algum tempo você receba uma mensagem de texto dizendo que há uma nova publicação sobre o seu tema de pesquisa, e você poderá decidir dar uma olhadinha no conteúdo enquanto almoça no restaurante ou espera na fila do banco… imaginando que isto seja possível, ficará mais fácil divulgar um artigo interessante para a sua rede de contatos, reforçando uma noção de “Web 2.0 acadêmica”.

Da mesma forma, amplia-se o uso de tecnologias como o 3D com finalidades acadêmicas. Se a prática já é bastante comum em áreas como a Medicina e a Física, agora ela é empregada também nas publicações online de áreas das Humanidades: recentemente, a Society of Architectural Historians inaugurou uma nova plataforma para o seu principal produto, o Journal of the American Society of Architectural Historians (acesso pela base Jstor, a partir dos micros da biblioteca ou da sua casa, se você tiver cadastro no VPN). 

Além dos tradicionais textos em PDF, a plataforma oferece possibilidade de visualizar imagens e mapas em 3 dimensões, além de filmes, vídeos, fotos panorâmicas, arquivos sonoros e imagens com aproximação por zoom.

Mas não é só em termos de plataformas de pesquisa que a tecnologia tem causado impacto: o próprio objeto de pesquisa também tende a se modificar conforme a tecnologia se insere na vida das pessoas. Já é fato corrente no Japão, país criador do poema haicai, a leitura de romances criados especificamente para leitura em celulares. 

Curtos, de linguagem simples e conteúdo fácil, esses romances não se aproximam nem um pouco da complexidade que envolve a criação de um haicai, mas significam um filão em crescimento no mercado editorial e já deixam suas marcas na linguagem cotidiana. Podem, assim, constituir interesse de pesquisa.

O próprio Twitter também dá suas contribuições neste campo: a Academia Brasileira de Letras lançou neste mês um concurso de microcontos com até 140 caracteres, e também não é novidade ver criações literárias que exploram os limites do microblog. Será que os críticos literários também irão se voltar para essa vertente?

Ao que tudo indica, a influência da tecnologia na pesquisa acadêmica é um caminho sem volta, em todas as áreas. Em um ou outro momento teremos de nos adaptar a essa realidade, que já não é mais algo futuro: ela está aí, acenando para nós, bem na nossa porta.

Artigos usados para este post:


quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O tempo e os livros



Houve uma época, antes e depois do Renascimento e do Iluminismo, que os Estados e os governantes se esmeravam em organizar grandes bibliotecas, assim entendida a reunião dos livros (”biblos”) num espaço próprio para sua estocagem, “theke”, ou “o depósito”.

Júlio César morreu assassinado, em 44 a.C., antes de construir uma grande biblioteca romana, consumada por Trajano, a “Úlpia”, no século 2 depois do Redentor.

Mesmo durante a treva da Idade Média, os livros jamais ficaram órfãos. Justiniano ergueu bibliotecas bizantinas no Cairo, em Bagdá, em Bassora. Na Espanha muçulmana, ficaram famosas as de Córdoba, Granada e Toledo.

Na Renascença, consolidaram-se as bibliotecas Real, na França, e a Escorial, na Espanha. Na Itália, ganharam posteridade a Marciana e a Laurenciana, de Florença, e a Vaticana, às margens do rio da Cidade Eterna.

Tão zelosas de seus livros eram as comunidades renascentistas que se tornou notável a advertência, inscrita na biblioteca do Mosteiro de São Pedro, em Barcelona:

- Para aquele que rouba ou toma emprestado e não devolve um livro de seu dono, que o livro se transforme em serpente em suas mãos e o envenene. Que as traças corroam suas entranhas como o verme que não morreu. E quando for ao julgamento final, que as chamas do Inferno o consumam para sempre.

No século 20, não houve regime, iluminista ou obscurantista, que não cultivasse as suas bibliotecas, das quais são paradigmas a do Museu Britânico, a da Academia Francesa, a de Lenin e do Hermitage.

Para os livros, nunca houve Idade Média. Conta a lenda que, de tão afeiçoado aos seus livros, um grão-vizir da Pérsia carregava todos os seus volumes quando viajava. Acomodava sua biblioteca em 400 camelos, treinados para andar em ordem alfabética…

Eram outros tempos, sem dúvida. Hoje, há autoridades que preferem montar num camelo e fugir dos livros, como o diabo foge da cruz.

Ainda há tempo de recolher o projeto de lei que “bane” a Biblioteca Pública do Estado para o deserto da Prefeitura, onde há meses nada prospera, a não ser a dúvida hamletiana de “para qual partido vai o prefeito, se o governo não contemplá-lo com verbas”.

Não há dilemas a resolver quando se trata de manter uma biblioteca em bom funcionamento. É uma questão de humanismo. Ou alguém nas cercanias de Capitol Hill, nos Estados Unidos, pensou em transferir para a União, ou em descentralizar para o município de Washington DC, o domínio e a manutenção de um dos maiores patrimônios mundiais, a Biblioteca do Congresso americano?

Por que não se associam governo e prefeitura para conspirar a favor das bibliotecas, criando incentivos no plano fiscal, no Estado e no município, não só para melhorar a atual Biblioteca Pública, como para fundar uma nova, municipal?

Em São Paulo - que hospeda uma considerável dívida pública - prosperam bibliotecas exemplares, como a Mário de Andrade, mantida pela prefeitura, a da USP e inúmeras outras da rede estadual.

Que tal tratar nossa Biblioteca Pública Estadual como um bem patrimonial de todos os catarinenses? De resgatá-la para o século 21 e de investir em um plano de carreira para os seus bibliotecários?
Que tal conduzir esse camelo para um Oásis - e não deixá-lo encalhado numa tempestade de areia, sem água e sem bom senso?